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domingo, 16 de maio de 2010

A memória por vezes, é uma maldição.




Eu desejaria acordar  havendo me esquecido do meu nome _  Deve ser uma experiência estranha. 

Porque quando me levando eu sei qual é meu nome, sei também o que espera-se de mim. O meu nome diz que devo estudar muito . Diz que devo ir à missa cumprir minha 'obrigação' de cristã. E também que devo compreender e ser amigável com alguém que me desagradou com algo, quando na verdade eu quero é mandá-lo ficar bem longe de mim, ou até coisa pior. Além de dizer o que devo pensar, falar, demonstrar (..) 
 Mas se, ao acordar, eu tiver me esquecido do meu nome, terei me esquecido também de tudo que se espera de mim. Se nada se espera de mim, estou livre para ser aquilo que nunca fui. Começarei a viver minha vida a partir de mim mesma e não a partir do nome que me deram e pelo qual sou conhecida.

Adaptado - Rubem Alves in Ostra Feliz Não Faz Pérola.

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